Pandemia: maioria dos jovens enfrenta ansiedade; quase metade quis parar estudos

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Cresceu a proporção de jovens que pensou em parar de estudar durante a pandemia no Brasil. Além disso, as dificuldades impostas pela crise sanitária causam impactos acentuados na saúde física e mental de pessoas de 15 a 29 anos no país.

Os dados são da segunda edição da pesquisa “Juventudes e a Pandemia do Coronavírus”, feita pelo Conselho Nacional da Juventude (Conjuve).

De acordo com a pesquisa, que ouviu 68 mil jovens pelo país, 43% deles afirmaram que já pensaram em desistir dos estudos nos últimos meses. No meio do ano passado, esse percentual era de 28%. Além disso, cerca de dois mil entrevistados afirmaram ter trancado a matrícula de estudos durante a pandemia.

Os principais motivos que levam jovens a interromperem os estudos são questões financeiras (21%) e dificuldades com ensino remoto (14%). Para voltar, eles afirmam que gostariam de ter estabilidade sanitária e melhores condições econômicas.

Na avaliação do presidente do Conselho Nacional da Juventude, Marcus Barão, a pesquisa reforça a necessidade de acelerar a vacinação no Brasil, unindo esforços para um plano de retomada segura das aulas presenciais, em diferentes níveis de ensino.

“Neste contexto, pensar em políticas para inclusão produtiva de jovens, geração de renda e apoio para saúde mental também será importante para evitar a evasão ou maiores prejuízos no ensino”, afirma.

Saúde emocional

Além dos obstáculos aos estudos, a pandemia segue afetando de maneira preocupante a saúde emocional e física dos jovens brasileiros. Seis a cada 10 jovens relataram ter sentido ansiedade e feito uso exagerado de redes sociais durante a pandemia. Outros 51% disseram que sentiram exaustão ou cansaço e 40% tiveram insônia ou distúrbios de peso.

“Todas essas situações são ainda mais relatadas entre mulheres. E a idade parece mudar a percepção sobre questões de saúde: quanto mais velhos, mais apontam múltiplos impactos em seu estado físico e emocional; quanto mais novos, mais indicam brigas frequentes dentro de casa”, analisa Marcus Barão.

Renda e desigualdade

Preocupações relacionadas à renda também afetam essa faixa-etária. Sem o auxílio emergencial, cresceu a proporção de jovens buscando complementar renda por necessidade. Eram 23% no ano passado e já somam 38% neste ano. O índice é ainda maior entre jovens pretos, chegando a 47% da faixa-etária.

Fonte: CNN