El Niño ameaça safra de grãos no Brasil e no mundo

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Foto: divulgação/SXC

A comunidade global enfrenta um novo alerta climático com as previsões do fenômeno El Niño, que se espera afetar a safra brasileira e outros países de maneira significativa.

A Coface, líder global em seguro de crédito e serviços de informação comercial, divulga um estudo que prevê calor intenso e seca, especialmente no último trimestre de 2023 e ao longo de 2024.

De acordo com a pesquisa, o El Niño trará incertezas à produção de commodities agrícolas, em especial cereais, açúcar, óleo de palma e frutas cítricas, com consequências preocupantes para o Brasil, a Indonésia e a Austrália.

A Oscilação Sul do El Niño, um fenômeno oceânico-atmosférico derivado de variações anormais nas temperaturas da água no Pacífico, historicamente alternando entre La Niña (clima mais frio e úmido) e El Niño (clima mais quente e seco), parece agora ocorrer com uma frequência mais rápida e antecipada.

Isso pode intensificar os efeitos negativos das mudanças climáticas em várias regiões, como Ásia-Pacífico, África do Sul e Américas.

A Coface chama atenção para possíveis consequências econômicas a longo prazo, incluindo um aumento nos preços dos alimentos, pressões inflacionárias e pressão nas cadeias de valor agroalimentares. Em 2024, a tensão entre oferta e demanda no setor pode atingir níveis críticos, afetando tanto países exportadores quanto pontos demográficos-chave.

Além das colheitas prejudicadas, o impacto no emprego é uma preocupação relevante. Países com economias agrícolas robustas, como a Indonésia, onde a agricultura representa 13% do PIB e 32% dos empregos, podem sofrer perdas significativas de renda e emprego.

Essa situação pode afetar questões políticas cruciais, como as eleições gerais indonésias previstas para fevereiro de 2024.

A Coface ressalta a necessidade de preparação e cooperação global para enfrentar os desafios climáticos iminentes. O impacto do El Niño não se restringe apenas ao clima, mas reverbera profundamente nas economias e na estabilidade social, ressaltando a urgência de ações preventivas e respostas coordenadas.

 

Fonte: Correio do Lago
Foto: divulgação/SXC