Empreendedorismo e trilha acadêmica são destaques no Latinoware

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“A inovação só tem sentido se resolver um problema real da sociedade”, pontuou o estrategista de inovação Mauro Carrusca, nesta quinta-feira (28), durante a sua palestra no 16º Congresso Latino-americano de Software Livre e Tecnologias Abertas (Latinoware). O evento segue até sexta-feira (29), no Rafain Palace Hotel & Convention, em Foz do Iguaçu (PR).

Em sua quinta participação no evento, Carrusca falou sobre os desafios e oportunidades da inovação no Brasil. Ele trouxe dados sobre a atual situação do País, que ocupa a 66ª posição no Índice Global de Inovação, principal ranking internacional do setor. Em oito anos, caímos 19 posições.

Segundo o estrategista, esse baixo índice de inovação influi na competitividade brasileira. O alto custo, a burocratização e a baixa formação profissional em áreas como ciência, tecnologia e engenharias foram citados por Carrusco como fatores impeditivos do avanço da inovação no Brasil. “Nós precisamos de empreendedorismo, de pessoas dispostas a levar nosso País para frente”

Entre as oportunidades próximas,  ele destacou a tecnologia 5G, que vai permitir, por exemplo, o funcionamento de carros autônomos, robôs, Inteligência Artificial e holografia. De acordo com Carrusca, para aproveitar essas possibilidades “temos que pensar cada vez mais em como fazer algo que realmente faça a diferença”

Trilha Acadêmica

Outro destaque do segundo dia do Latinoware foi a trilha acadêmica Latin.Science, que está sendo promovida pela primeira vez. Durante todo o dia foram apresentados trabalhos científicos que despertaram a curiosidade do público, como uma ferramenta digital voltada para a prevenção de suicídios no Rio Grande do Sul, o desenvolvimento de um museu virtual utilizando ferramentas livres e um sistema web para denúncias ambientais.

Ao todo, a trilha recebeu 71 trabalhos científicos de 150 pesquisadores de 14 estados brasileiros, além de Argentina, Paraguai, Espanha e Portugal. “Os trabalhos foram avaliados por um comitê formado por quase 100 pesquisadores, profissionais do mercado e professores que trabalham com software e hardware livre, e também participam do Latinoware”, explica Claudio Marquetto, professor de Ciência da Computação da Unioeste, que ao lado de Fabiane Peres, é responsável pela coordenação da trilha.

Nesta sexta-feira (29) ocorre a apresentação de 18 trabalhos em formato de pôster. Com a boa aceitação do público, Marquetto já tem boas perspectivas em relação às próximas edições. “Já estamos em conversação com a Sociedade Brasileira de Computação para publicar esses trabalhos em anais de eventos e buscar uma melhor qualificação”, afirmou.

“Pelo resultado que gente conseguiu já nessa primeira edição, temos grandes esperança que isso se concretize e a gente venha a dar um tom de maturidade ainda maior para esse que já é um excelente evento”, complementa.

O Latinoware é promovido pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI) e pela Itaipu Binacional.