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A seleção brasileira está pronta para o desafio de tentar o hexacampeonato mundial na Copa da Rússia. Mostrou isso neste domingo, ao vencer com facilidade a Áustria por 3 a 0 em amistoso no estádio Ernst Happel, em Viena. Diante de um adversário que tentou se fechar, propôs marcação forte, e às vezes até apelou para jogadas ríspidas desnecessárias, se impôs com facilidade e construiu a vitória sem problemas.

Após a partida em Viena a delegação passa no hotel em que está concentrada na capital austríaca para jantar e logo depois embarca para Sochi, onde tem previsão de chegada na madrugada desta segunda-feira (noite de domingo ainda no Brasil). No próximo domingo, dia 17, estreia na Copa enfrentando a Suíça, em Rostov On Don.

Neymar fez grande partida ontem, nos 83 minutos em que ficou em campo. Driblou, arrancou, chutou a gol, marçou um golaço, sofreu sete faltas, se irritou… Atuou normalmente, sem parecer que ainda está retornando de uma inatividade de pouco mais de três meses.

Ao contrário do que aconteceu no amistoso com a Croácia, em que o time foi mal no primeiro tempo e nção conseguiu sair da forte marcação, contra a Áustria o Brasil se impôs. Com velocidade, movimentação e deslocamentos constantes na frente, e marcação alta, foi senhor absoluto das ações e poderia ter obtido até uma vantagem maior.

O jogo

A seleção brasileira fez um bom primeiro tempo. Encontrou a Áustria marcando com linha de cinco jogadores, que a comissão técnica já previa, e às vezes a segunda linha, com quatro jogadores, ficava bem próxima da primeira. Isso reduzia os espaços e poderia embolar o jogo brasileiro. Mas com movimentação e velocidade, o time por várias conseguiu iludir o bloqueio defensivo dos austríacos.

Neymar fez excelente primeiro tempo. Procurou a bola, tentou e conseguiu algumas arrancadas, propôs tabelas. Foi marcado com bastante dureza e recebeu várias faltas (seis no total), uma ou outra até com força desproporcional para um amistoso às vésperas da Copa. E era vaiado pela torcida cada vez de ia ao chão. Acabou se irritando, reclamou com o juiz húngaro Victor Kassai e também com alguns adversários, ao fim do primeiro tempo.

Mas o craque do time mostrou desenvoltura que nem parecia que está apenas na sua segunda partida depois longo p

eríobdo de inatividade. Foi um dos pontos altos do time, ao lado de Coutinho, Marcelo, Casemiro e Gabriel Jesus.

Na etapa, o Brasil só tomou sustos quando bobeou e permitiu aos austríacos ameaçarem Alisson. Não que os europeus não tentassem atacar em algumas ocasiões, mas a marcação alta do Brasil levou vantagem na maioria das vezes.

Aos 7 minutos Casemiro quase fez seu primeiro gol com uma chute de fora da área que passou perto do gol de Lindner. Aos 17 Neymar tentou de fora da área, mas pegou fraco na bola e o goleiro defendeu facilmente.

Então, a defesa brasileira teve alguns minutos de pouca inspiração. Perdeu bolas bobas, errou posicionamento e a Suíça chegou três vezes. Em uma delas, aos 21, Lainer tocou para Arnautovic, que chutou acossado e a bola foi por cima do gol de Alisson.

Mas o Brasil logo retomaria o controle das ações. Aos 24, Coutinho, em mais um chute da entrada da área, obrigou Lindner a fazer grande defesa, colocando a bola para escanteio. Aos 33 Thiago Silva marcou fez de cabeça após um escanteio. Paulinho teve chance seguir e aos 35 não teve jeito. Após cobrança de escanteio, Marcelo pegou o rebote, a bola bateu em um zagueiro e sobrou na esquerda da Gabriel Jesus dominar, invadir e, diante do goleiro, tocar com categoria, tirando a bola de Lindner. Foi o 10º gol de Gabriel Jesus em 17 jogos com a camisa da seleção.

O domínio do Brasil se transformava justamente em vantagem do placar.

Na etapa final, o técnico austríaco colocou seu time mais à frente, adiantou a marcação e com isso o jogo ficou o Brasil teve um pouco mais de dificuldade nos primeiros minutos. E a Áustria continuou batendo, o que levou os brasileiros a se revoltarem. Houve até uma discussão, com vários jogadores indo para cima de Schopf após falta em Coutinho.

Menos mal que logo depois o austríaco foi substituído, mesmo porque havia o risco de ser expulso.

Tite, então, começou a fazer novas experiências, colocando Fernandinho no lugar de Casemiro. Também colocou Marquinhos em campo, tirando Thiago Silva – contra a Croácia sacou Miranda.

O Brasil voltava a ter um controle mais visível da partida, quando apareceu de novo o talento de Neymar. Ele marcou o segundo golaço nesta sua volta, ao receber na área, dar um drible desconcerta que deixou Dragovic caído e mandar para as redes com um toque sutil, aos 17 minutos.

Até teve austríaco que tentou vaiar Neymar, após ele marcar seu 55º gol com a camisa da seleção – está a um gol de Romário, de acordo com a CBF. Mas a maior parte do estádio optou por outra alternativa: aplaudir.

Depois disso foi só festa. Paulinho ainda teve uma grande chance antes de Philippe Coutinho fazer o terceiro, numa penetração pela esquerda, aos 23 minutos.

A seleção ainda poderia ter ampliado, chegou duas vezes tocando passes à frente do goleiro austríaco, mandou bola na trave. Quando a Áustria criou alguma coisa, Alisson saiu-se bem.

E Neymar, após jogar 83 minutos e dar um abraço em Tite após ser substituído Douglas Costa, mostrou que está pronto para liderar o Brasil em campo na luta pelo hexa.

FICHA TÉCNICA

GOLS – Gabriel Jesus, aos 35 minutos do primeiro tempo. Neymar, aos 17, Coutinho, aos 23

ÁUSTRIA – Lindner; Dragovic, Prodl, Hinteregger; Lainer, Baumgartlinger, Grillitsch (Zulj) e Alaba; Schopf (Hierlander), Schlager (Burgstaller) e Arnautovic.

Técnico: Franco Foda.

BRASIL: Alisson; Danilo, Thiago Silva (Marquinhos), Miranda e Marcelo (Filipe Luis); Casemiro (Fernandinho); Paulinho, Philippe Coutinho (Taison), Willian e Neymar (Douglas Costa); Gabriel Jesus (Firmino).

JUIZ: Viktor Kasai (HUN).

CARTÕES AMARELOS: Schopf e Prodl.

PÚBLICO: 48.500 pessoas.

LOCAL: Estádio Ernst Happel, em Viena.

Massa News

(Foto: Lucas Figueiredo/CBF)